Depois do parto
espetacular, fui para o recobro, sempre acompanhada pelo Artur.
Foi lá que a Leonor
mamou pela primeira vez. Chegaram as 21h00 e o Artur teve que sair.
Era a primeira vez que ficava eu e a Leonor. Que medo, só me
ocorriam pensamentos do tipo “será que sei o que tenho de fazer”
“será que vou perceber quando ela tiver fome” “de quanto em
quanto tempo terei de mudar a fralda?”
Fui para o quarto, e
sabem que mais?
É verdade, nós temos o nosso instinto maternal e ele não falha!
É verdade, nós temos o nosso instinto maternal e ele não falha!
Tive a sorte de na primeira noite ter o quarto só
para nós.
Fui só eu e ela, estava um silêncio ensurdecedor no hospital, levei a noite sem dormir, tal qual todas as outras que lá estive.
Fui só eu e ela, estava um silêncio ensurdecedor no hospital, levei a noite sem dormir, tal qual todas as outras que lá estive.
Nos dois dias
seguintes, o Artur foi sem dúvida espetacular, teve o dia todo no
hospital, das 09h00 ás 21h00, levava-me a comida para o almoço e
para o jantar, porque eu nem tentava comer a comida do hospital.
Ficava a tomar conta da Leonor para eu poder descansar um pouco.
Nunca consegui dormir durante a noite porque tinha medo de
dormi e não ouvir a Leonor e durante o dia apenas descansava um pouco.
No segundo dia o artur levou
tudo o que fazia falta para podermos sair na manhã seguinte. Mas
sabem que mais?
Depois de uma gravidez cheia de altos e baixos não podia ser tudo assim tão fácil!
A Leonor teve alta e eu não.
Fui fazer uma ecografia antes de me darem a alta e a notícia que recebi foi que tinha ficado com restos de placenta, tinha de fazer uma raspagem, só poderia sair do hospital depois da placenta sair toda.
Depois de uma gravidez cheia de altos e baixos não podia ser tudo assim tão fácil!
A Leonor teve alta e eu não.
Fui fazer uma ecografia antes de me darem a alta e a notícia que recebi foi que tinha ficado com restos de placenta, tinha de fazer uma raspagem, só poderia sair do hospital depois da placenta sair toda.
Cheguei ao quarto, estava o Artur a olhar para a
Leonor, agarrei-me a ele a chorar. Chorei chorei e chorei, até ele
chorou por me ver assim.
Não consigo explicar o porquê, mas senti um desconsolo tão grande. Sentia-me exausta, eram três noites sem dormir, precisava de ir para casa, e afinal não tinha alta! Naquele dia não quis visitas, não conseguia falar com ninguém, nem queria ver ninguém só chorava, e tentava acalmar-me quando era hora da Leonor mamar para ela não me sentir nervosa.
Não consigo explicar o porquê, mas senti um desconsolo tão grande. Sentia-me exausta, eram três noites sem dormir, precisava de ir para casa, e afinal não tinha alta! Naquele dia não quis visitas, não conseguia falar com ninguém, nem queria ver ninguém só chorava, e tentava acalmar-me quando era hora da Leonor mamar para ela não me sentir nervosa.
(Aliás a
Leonor desde que nasceu, que é uma bebé super calminha, mal chora e
enquanto tivemos no hospital até tinha de ser eu a acordá-la para
comer.)
O Artur mais uma vez
foi o meu pilar, aguentou-me ali assim, num descontrolo emocional que
não lembra a ninguém, e quando chegaram as 21h00 que ele teve de ir
embora lembro-me de tentar ser fria para não voltar a chorar…
lembro-me de ele vir-se despedir de mim e eu dizer “vai-te embora” repeti essa frase vezes sem conta. Custou-me voltar a ficar ali sozinha, e queria tudo menos que ele fosse, mas tinha de ser! Falámos durante toda a noite por mensagens só assim me consegui acalmar.
lembro-me de ele vir-se despedir de mim e eu dizer “vai-te embora” repeti essa frase vezes sem conta. Custou-me voltar a ficar ali sozinha, e queria tudo menos que ele fosse, mas tinha de ser! Falámos durante toda a noite por mensagens só assim me consegui acalmar.
A melhor noticia de
todas... depois de uma raspagem e de fazer medicação para ter
contrações para ajudarem a expulsar a placenta, a placenta saiu e nós tivemos alta no dia a seguir…
Quando cheguei a casa, o Artur teve que ir ao supermercado
fazer compras, eu deitei-me na nossa cama, com a Leonor ao meu lado,
pus uma música super calminha, e chorei tanto!
As hormonas
apoderaram-se de mim! Estava completamente descontrolada
emocionalmente.
Mas foi bom! Finalmente eramos só nós os três na
nossa casa. Éramos nós em família!
(sabem que mais, mais uma vez as hormonas apoderaram-se de mim e estou a chorar enquanto escrevo este post, porque cada vez que me lembro destes dias, parece que estou a revive-los!)
...to be continued!
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