terça-feira, 5 de abril de 2016

A estadia no hospital, e a ída para casa!


Depois do parto espetacular, fui para o recobro, sempre acompanhada pelo Artur.

Foi lá que a Leonor mamou pela primeira vez. Chegaram as 21h00 e o Artur teve que sair. Era a primeira vez que ficava eu e a Leonor. Que medo, só me ocorriam pensamentos do tipo “será que sei o que tenho de fazer” “será que vou perceber quando ela tiver fome” “de quanto em quanto tempo terei de mudar a fralda?”

Fui para o quarto, e sabem que mais?
É verdade, nós temos o nosso instinto maternal e ele não falha!
Tive a sorte de na primeira noite ter o quarto só para nós.
Fui só eu e ela, estava um silêncio ensurdecedor no hospital, levei a noite sem dormir, tal qual todas as outras que lá estive.






Nos dois dias seguintes, o Artur foi sem dúvida espetacular, teve o dia todo no hospital, das 09h00 ás 21h00, levava-me a comida para o almoço e para o jantar, porque eu nem tentava comer a comida do hospital. Ficava a tomar conta da Leonor para eu poder descansar um pouco. Nunca consegui dormir durante a noite porque tinha medo de dormi e não ouvir a Leonor e durante o dia apenas descansava um pouco.

No segundo dia o artur levou tudo o que fazia falta para podermos sair na manhã seguinte. Mas sabem que mais?
Depois de uma gravidez cheia de altos e baixos não podia ser tudo assim tão fácil!
A Leonor teve alta e eu não.
Fui fazer uma ecografia antes de me darem a alta e a notícia que recebi foi que tinha ficado com restos de placenta, tinha de fazer uma raspagem, só poderia sair do hospital depois da placenta sair toda.

Cheguei ao quarto, estava o Artur a olhar para a Leonor, agarrei-me a ele a chorar. Chorei chorei e chorei, até ele chorou por me ver assim.
Não consigo explicar o porquê, mas senti um desconsolo tão grande. Sentia-me exausta, eram três noites sem dormir, precisava de ir para casa, e afinal não tinha alta! Naquele dia não quis visitas, não conseguia falar com ninguém, nem queria ver ninguém só chorava, e tentava acalmar-me quando era hora da Leonor mamar para ela não me sentir nervosa.
(Aliás a Leonor desde que nasceu, que é uma bebé super calminha, mal chora e enquanto tivemos no hospital até tinha de ser eu a acordá-la para comer.)

O Artur mais uma vez foi o meu pilar, aguentou-me ali assim, num descontrolo emocional que não lembra a ninguém, e quando chegaram as 21h00 que ele teve de ir embora lembro-me de tentar ser fria para não voltar a chorar…
lembro-me de ele vir-se despedir de mim e eu dizer “vai-te embora” repeti essa frase vezes sem conta. Custou-me voltar a ficar ali sozinha, e queria tudo menos que ele fosse, mas tinha de ser! Falámos durante toda a noite por mensagens só assim me consegui acalmar.

A melhor noticia de todas... depois de uma raspagem e de fazer medicação para ter contrações para ajudarem a expulsar a placenta, a placenta saiu e nós tivemos alta no dia a seguir…

Quando cheguei a casa, o Artur teve que ir ao supermercado fazer compras, eu deitei-me na nossa cama, com a Leonor ao meu lado, pus uma música super calminha, e chorei tanto!
 
As hormonas apoderaram-se de mim! Estava completamente descontrolada emocionalmente.
Mas foi bom! Finalmente eramos só nós os três na nossa casa. Éramos nós em família!
 
 
 
 
 




(sabem que mais, mais uma vez as hormonas apoderaram-se de mim e estou a chorar enquanto escrevo este post, porque cada vez que me lembro destes dias, parece que estou a revive-los!)



...to be continued!

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