sábado, 17 de junho de 2017

Palmadas? Não por favor!

Vamos ver esta questão de uma perspectiva diferente? Sim? Então vamos lá!
No vosso dia a dia, quantas vezes já vos apeteceu dar uma chapada ou um murro a alguém e não o fizeram? E porquê? Porque certamente não vamos andar por aí à chapada com o Mundo se temos outras formas muito mais saudáveis de resolver as coisas.

Pois bem... E se procurarmos fazer exactamente o mesmo com os nossos filhos? 
Já pensaram que uma das mensagens que tentamos transmitir aos nossos filhos desde pequeninos é que "nada se resolve com violência"? Ah pois é que enorme contradição.

Filho, não se bate porque as coisas não se resolvem assim! E nós pais naquele momento de stress em que já repreendemos o nosso filho N vezes e ele teima em fazer o mesmo, perdemos a paciência e pumba lá vai uma palmada.
Resolveu alguma coisa? Acredito que no exacto momento sim, mas com algum de vocês resultou em o vosso filho nunca mais tornar a fazer o que originou aquela palmada? 
"Ah, mas uma palmada nunca fez mal a ninguém..."
Pois não, mas e fez bem a alguém?
Porque devemos evitar uma palmada?

"Não funcionam: O que a palmada faz, visto ser um ato aversivo, é cessar o comportamento no momento exato em que ele está a ocorrer. Mas a longo prazo, o que é que acontece? Ele repete-se.

Não regulam emoções: a palmada impede aos pais de dar uma das ferramentas mais importantes na parentalidade: a regulação emocional. Quando dá uma palmada no seu filho, está a perder a oportunidade de ajudar o seu filho a regular as suas emoções mais difíceis. Com a palmada, a criança sente raiva, frustração, vergonha e não sabe como gerir adequadamente a montanha russa emocional que está a acontecer dentro dela. A palmada só faz a montanha russa andar mais mais depressa.

Não passam a mensagem correcta: a palmada, como comportamento não-verbal que é, fala por si. E o grande problema disso é que pode passar uma mensagem oposta à que queremos transmitir. Sendo a palmada um comportamento aversivo, a criança pode interpretá-lo de várias formas, quando existem outras formas de comunicar à criança exatamente aquilo que pretende, de forma clara, sem margem para interpretações erradas.

A palmada é uma precipitação, geralmente adotada em situações limite. Pare para pensar: se no exato momento em que vai dar a palmada, alguém tivesse o poder de carregar num botão "pause" para que pensasse o que fazer, será que avançaria sem hesitar? Muito provavelmente, iria recuar. Isso deve significar alguma coisa" - por Sandra Azevedo, Psicóloga Clínica - in Oficina da Psicologia



Um beijinho 
Mamã da Nônô

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